sexta-feira, 3 de julho de 2015

Divertida Mente – Resenha Crítica

Lançando para desbancar os Minions na bilheteria mundial, a animação Divertida Mente é bem melhor que o filme do universo Meu Malvado Favorito, apresentando uma história divertida, emocionante e bem leve, é mais um sucesso da Disney/Pixar. O filme conta a história de Riley Anderson, do nascer a adolescência, mas para ser mais exato, o filme conta a história dos sentimentos da garota. Divididos em cinco, Alegria (a protagonista), a Tristeza, a Raiva, o Medo e o Nojinho, mais do que isso, a animação mostra todo o interior fictício e porque não dizer real de um ser humano.
Sentimento humano é o tema de Divertida Mente (Divulgação)

Assim que a criança nasce, surge a alegria, o sentimento mais sincero e bonito que o ser humano pode ter, mas logo nos primeiros minutos outros sentimentos vão brotando e causando uma ciumeira geral. Após os cinco personagens principais se conhecerem e entenderem o papel importante de cada, eles se empenham no processo de formação da garota, nascendo uma história empolgante. Riley é uma criança que morava feliz com seus pais (os respectivos nomes não são mencionados no filme) em Minnesota, era a estrela de um time de hóquei e possuía muitas amizades, vivia na completa alegria e guardava momentos únicos em sua lembrança.

Tudo vira do avesso quando os pais da menina decidem mudar-se para São Francisco, eles vão morar num pequeno apartamento, longe do frio e das amizades de Minnesota, é dessa forma que os sentimentos de Riley começam a dar certo trabalho e o seu funcionamento é posto a prova. É dentro dessa crise de adolescente que os sentimentos da garota chamam atenção no filme, tendo em vista a ciumeira da Alegria para com a Tristeza, as duas acabam tendo uma leve discussão e são transportadas (sem querer) para as lembranças da menina. O problema é que para o funcionamento ideal da garota ocorrer de forma completa, é necessário a presença da Alegria e Tristeza, por isso os dois sentimentos precisam retornar a torre de comando, sem as duas, Riley se torna uma garota seca, quase que sem sentimentos.

Nas lembranças, existem todos os momentos da vida de Riley, os bons e os ruins, mas o que chama a atenção são os personagens que nela vivem, tem os funcionários do esquecimento de memória, tem os maquinistas do trem que levam as lembranças para a torre de comando, o amigo imaginário da garota (Bing Bong, um bichinho meio urso, cão e algodão doce) e as figuras mais engraçadas do longa, a Hollywood dos sonhos. Isso mesmo, o subconsciente da menina é como se fosse um estúdio de cinema, onde existem programadores que desenvolvem os sonhos durante o sono, pode ser alegre, triste, engraçado, entre outros. O fato é que é criativo e muito divertido, além de apresentar cenas bem engraçadas. Além dos operários, existem cinco ilhas de personalidade de cada ser humano, no caso de Riley, temos a ilha da família, da amizade, do róquei, bobeira (diversão) e honestidade, durante todo o filme, as ilhas são postas a prova na cabeça da garota.

O longa se passa mais no cérebro de Riley do que no próprio universo, é possível observar o conflito da garota com os pais, com a cidade de São Francisco e com a distância por ter deixado Minnesota, tamanhos motivos causaram um rebuliço absurdo na cabeça da protagonista. Além dos problemas da menina, dentro dela, Alegria e Tristeza buscam encontrar uma maneira de retornar a torre de comando, mas as dificuldades em voltar vão dando tempo para o filme se desenrolar. Os sentimentos viajam no interior das lembranças, chegando até o lado mais obscuro do ser humano, onde tudo é descartado, é no fundo do poço que a Alegria passa a entender a importância da Tristeza, o sentimento que ela sempre desrespeitou e não dava importância.
Nova animação da Disney/Pixar é tão boa que gera nostalgia, mesmo inédita. (Divulgação)
Por fim, temos um dilema, no lado exterior temos uma Riley sem emoção, fugindo de casa e retornando a Minnesota, dentro, os sentimentos buscam voltar a sintonia e devolver a menina aquilo que ela era. O final (bastante emocionante) mostra o entendimento de cada sentimento, que percebem que só com a união de todos poderiam fazer com que a menina voltasse a ser feliz. Acima de tudo, o final conseguiu fazer com que a torre de comando não fosse aberta apenas para os sentimentos, mas para os operários das lembranças, dos sonhos e também da imaginação que também puderam participar do crescimento de Riley.

A Disney/Pixar propõe uma ideia fantástica em Divertida Mente, provavelmente temos um forte candidato ao Oscar de melhor animação no ano que vem. Temos um enredo interessante, cenas hilárias, como por exemplo quando é mostrado o interior do pai e da mãe de Riley, ou mesmo a Hollywood dos sonhos. Em meio a tempos de dificuldade em elaborar uma animação boa, onde até mesmo a Disney (que recentemente produziu o fenômeno Frozen) recorre a remakes, Divertida Mente é um ponto fora da curva, é uma das grandes animações dos últimos anos, mesmo não sendo a melhor da década, vale o ingresso!

Nota: 9/10