segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Adeus às Locadoras

Adeus às Locadoras ou Funeral para um Amigo:


Foi com grande pesar que mais ou menos por volta do começo do mês, veio ao meu conhecimento a notícia de que a Ribalta, uma senhora locadora da cidade estava vendendo seu acervo, uma vez que estava para fechar as portas. Aproveitando a oportunidade ímpar, comprei alguns filmes bem difíceis de se achar atualmente em lojas. Todavia, não foi uma experiência muito alegre, me sentindo como um ladrão de corpos que vem espoliar um cadáver de um soldado morto, e é o porquê de ter sentido isso que eu espero poder demonstrar - seja para vocês ou até para mim mesmo - melhor no decorrer de texto, pelo qual peço perdão se me exceder um pouco no drama.

Como primeiro ponto, gostaria de ressaltar que a situação não é nenhuma novidade, várias outras locadoras já se viram forçadas à fechar suas portas devido à concorrência seja da TV por assinatura ou por inúmeros outros fatores que tornam o processo de ver filmes mais cômodo e prático. Isso, ao meu ver, é uma lástima, pois mesmo que se alcance uma maior comodidade ou praticidade, acabamos perdendo algo muito mais importante:o contato humano. Afinal, o divertido de se ir à uma locadora não era simplesmente o fato de se ir lá, escolher um filme e ir embora. Não, o divertido era a conversa com o balconista ou qualquer outro funcionário que trabalhava por lá, aquela deliciosa conversa sobre filmes , atores, diretores, o debate que podia surgir em torno de algum filme ou aspecto de filme, ou mesmo uma conversa casual que poderia não desembocar no território da sétima arte. A conversa que, muitas vezes poderia fazer com que você levasse um filme que nunca esperaria ver e que terminaria gostando, se tornando grato ao atendente por ter feito você experimentar algo novo e maravilhoso. Mas hoje, com o advento das novas tecnologias, o quesito humano pode ser facilmente deixado de lado para simplesmente atender à questão de praticidade e comodidade, afinal, para que uma conversa se podemos pegar um filme de graça pela internet? Ou acessá-lo facilmente de nosso sofá ou cama através de um serviço fornecido pela operadora de TV? Para que nos esforçamos para fazer algo se isso pode ser facilmente obtido através de uma máquina? Parafraseando o grande Charles Chaplin, no filme O Grande Ditador, "nós tornamos homens máquinas, com cérebros de máquinas, corações de máquina" que sacrificam aquilo que temos de mais importante em troca de praticidade e comodidade. O que acontece com as locadoras é apenas um dos estágios de um processo que já vem começado há um bom tempo desde a Terceira Revolução Industrial  sobre a qual muitos autores melhores e mais competentes do que este que vos fala já debateram.
Como segundo ponto, eu admito que talvez esteja exagerando um pouco a situação, talvez isso não passe de um fricote de alguém que vê o "mundo" que ele conhecia, as coisas que ele achava serem certas, mudarem abruptamente diante de seus olhos. Toda a mudança de costumes, tão natural para a humanidade e a natureza, e que muitas vezes se anunciam há muito tempo mas que preferimos ignorar e que do nada surgem para nos assombrar com suas transformações para a qual não estamos preparados o bastante, gerando aquela estranha sensação que,como bem escreveu F. Scott Fitzgerald no fim de seu romance O Grande Gatsby, pode ser descrita pela seguinte frase: "E lá estávamos nós, barcos contra a correnteza, condenados a voltar insistentemente para o passado." e que tanto nos atormenta por também lembrar que estamos envelhecendo, e que com isso nos aproximamos de nosso inevitável fim....


Bem, era isso o que eu queria dizer há um bom tempo. Peço desculpas à vocês, fieis leitores, por se verem forçados ao ouvir os resmungos  um tanto quanto desconexos de um velho romântico melancólico, mas digo em minha defesa que eu precisava falar isso....

Voltemos depois disso, à nossa programação normal
      

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Momento Cultural Lugar Comum

Saudações fieis leitores! Voltando agora depois de nossa programação especial de Halloween, venho até vocês para mostrar que nosso humilde blog também é lugar de uma "cultura" mais "útil", então para a postagem de hoje, comecemos com um poeminha, sim?

"Remember, remember, the 5th of November
The Gunpowder, treason and plot
I know of no reason, why the gundpowder treason
Should ever be forgot."

E, numa tradução bem livre e amadora:

Lembrai, Lembrai, do cinco de Novembro
A pólvora, a traição o ardil
Eu não vejo motivo para que tal traição
Jamais venha a se esquecer


Creio que, a esta altura, aqueles de vocês que já leram ou viram V de Vingança devem fazer uma ideia sobre o que vem a seguir, para aqueles que nem sequer imaginam o que vem aí, eu orgulhosamente vos apresento:



A Conspiração da Pólvora


Guy Fawkes


Antes de falarmos da Conspiração propriamente dita, vamos para um rápido panorama da época. O ano é 1603, Elizabeth Tudor, a Rainha Virgem, morre em seu palácio de Richmond, em Surrey, deixando o trono real inglês "vago". Sem ter deixados herdeiros, a saída encontrada pelo Parlamente é convocar seu parente mais próximo o rei da Escócia Jaime IV que vem à assumir o trono inglês sob o título de Jaime I. E aí os problemas começam. Ensinado na fina arte absolutista da política, Jaime I entrou em uma série de conflitos muitas vezes com o Parlamento, algo que seu filho Carlos I também iria herdar e que causaria a Revolução Puritana e passou a adotar o anglicanismo - mesmo que ele próprio fosse católico - para poder "ampliar" seus poderes..E aqui, se me permitem, vou fazer uma pequena viagem...
A Inglaterra, desde o governo de Henrique VIII, deixou o catolicismo e aderiu ao anglicanismo, o motivo foi bem simples e aqui vai a viagem: Henrique VIII estava insatisfeito com sua esposa, Catarina de Aragão, pois esta não havia conseguido lhe dar filhos homens - os terrenos da Igreja Católica também contavam. Então, ele solicitou um divórcio ao papa Clemente VII, que não foi aceito e levou à um rompimento entre a Coroa Inglesa e a Igreja. Henrique então criou sua versão do catolicismo onde o divórcio era permitido e o rei era o chefe religiosos, assim nasceu o anglicanismo na Inglaterra. Então, o anglicanismo passou a ser a religião oficial de seu governo para frente, com a exceção de alguns raros momentos.
Mas voltando ao ponto, Jaime I era um absolutista anglicano que começou a adotar políticas que reforçavam um tratamento desigual para pessoas de diferentes religiões, algo que afetou em muito os 
católicos do país. Até que um dia veio a gota d´água veio quando o soberano resolveu proclamar sua filha de 9 anos chefe de estado. Para reverter a situação, um grupo de católicos bolou um plano ousado: explodir o Parlamento - e com isso matar o rei e a maioria da aristocracia anglicana - e raptar sua filha e ensiná-la nas tradições católicas. Guy Fawkes foi o encarregado de colocar os barris de pólvora sob o Parlamento e explodí-los, mas, devido à um informante, Fawkes foi preso e torturado tendo por fim revelado seus companheiros que foram presos e executados assim como ele.

Creio que não preciso dizer que a história não terminou por aí, não é? Fora as várias referências ao fato na cultura pop, como é o Caso de V de Vingança, o 5 de Novembro é marcado como o dia em que a conspiração foi desbaratada e a população inglesa tem o costume de fazer fogueiras e malhar o boneco de Fawkes - assim como o nosso Judas. Outra medida que perdura até hoje é que o subterrâneo do Parlamento sempre é verificado toda vez que a Rainha (ou Rei) passa por lá.



Pois é pessoal, esse é o Lugar Comum sendo útil para a sociedade! Espero que tenham gostado e se notarem qualquer erro ou inconsistência - ou até mesmo se gostaram -, pelo Amor de Deus, me avisem!

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Especial de Halloween:Ano I - Halloween






Sim, andarilhos das trevas! Enfim chegou o Halloween, e é com grande alegria que eu do Lugar Comum vos desejo um terrível Halloween! Ao longo do mês foram feitas uma série de postagens sobre o tema e sinceramente espero que tenham gostado.Como este foi o primeiro especial do blog, é bem provável que tenham ocorrido alguns erros, dentre eles a pouca quantidade de coisas postadas, e espero que possam comentar um pouco a respeito para que, no ano que vem, possamos ter um especial maior e melhor.

Agora, se você perdeu as postagens do mês, segue abaixo uma lista em ordem cronológica do que foi discutido por aqui...

Primeira Postagem: Slender
Segunda Postagem: Sugestões Musicais
Terceira Postagem: Playlist Diabólica I
Quarta Postagem: Sugestão de Leitura I
Quinta Postagem: Playlist Diabólica II
Sexta Postagem: Playlist Diabólica III
Sétima Postagem; Assassinos Famosos do Cinema - Parte III
Oitava Postagem: Sessão Nostalgia - Edição Especial
Nona Postagem: Playlist Diabólica IV
Décima Postagem: Lista Profana de Filmes
Décima Primeira Postagem: Playlist Diabólica V


...se você não tem um bom entendimento de inglês, a versão brasileira da abertura acima....




....e em homenagem ao dia, a primeira animação do Tim Burton, narrada pelo mestre Vincent Price




Bom, por hoje é só pessoal, e um Bom Halloween para todos!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Especial de Halloween:Ano I - Playlist Diabólica

Dando prosseguimento ao nosso especial, trago até vocês vocês uma música bem interessante. Ela é uma composição francesa chamada "Danse Macabre" de Camille Saint-Saës, seu nome em nossa língua seria Dança Macabra, mas também pode ser aceita como Dança da Morte (sim, lembra muuuuito uma outra música de um certo grupo de metal) e é apenas uma das várias que recebem esse nome. De maneira geral, essa música que remonta a uma tradição da Idade Média e seria uma espécie de alegoria sobre a universalidade da morte, algo como um memento mori, que também pode ser verificada em pinturas, ilustrações, músicas entre outras. A ideia da música é que um belo dia a Morte aparece em um cemitério e, com um violino, começa a tocar enquanto as almas dos mortos dançam com a música. Após essa breve explanação, aproveitem o show!

  Música do Dia: Danse Macabre 

domingo, 21 de outubro de 2012

Especial de Halloween:Ano I - Lista Profana de Filmes para o Halloween

Saudações, fieis peregrinos! Dando prosseguimento com nosso tenebroso especial, falemos agora de filmes. Farei aqui, algo que foi feito no primeiro protótipo de Especial de Halloween do blog. Para aqueles que nunca chegaram a ver isso, o que eu suponho serem muitos, vou explicar brevemente do que se trata. Este momento é um top 10 onde eu pretendo indicar e comentar alguns bon filmes para o Halloween.Então, sigam-me os destemidos!


10 - O Abominável Dr.Phibes

Uma série de homicídios envolvendo cirurgiões altamente conceituados, todos mortos de uma maneira à lembrar uma das pragas do Egito. Um músico, teólogo em busca de vingança pela morte de sua esposa. Um grupo de policiais investigando o caso e correndo contra o tempo para deter o banho de sangue. Estrelando o mestre do horror/terror Vincent Price, O Abominável Dr.Phibes é uma bela pedida de filme para se ver no Halloween.
Também recomendo As Sete Máscaras da Morte, que vai ter uma ideia parecida só que com as peças de Shakespeare no lugar das pragas.



9 - A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça


Bom, não tinha como elaborar uma lista dessas sem pelo menos um filme do Tim Burton. Aqui, o investigador Ichabod Crane é enviado para investigar (não diga!)  uma estranha série de assassinatos na cidadezinha de Sleepy Hollow que aparentemente envolvem uma sinistra lenda local sobre um certo cavaleiro sem cabeça....Com Johnny Depp, uma ponta do grande Christopher Lee e Christopher Walken interpretando o cavaleiro (em seus momentos com cabeça) essa é um daqueles casos em que a adaptação termina sendo melhor do que a base.



8 - A Noite dos Mortos Vivos

Obra  indispensável na coleção de qualquer fã de cinema, sejam quais forem suas preferências de gênero, e principalmente para aqueles que adoram zumbis. O primeiro filme do diretor George A. Romero conta a história de um grupo de sobreviventes que luta para sobreviver durante uma noite em uma casa isolada e cercada pelos mortos-vivos. Aterrorizante e desesperador, esse clássico é obrigatório no Halloween, seja por ser um ótimo filme, seja por ser o criador do zumbi moderno ou seja por ser o pai do gênero apocalipse zumbi - tão explorado em jogos, séries e quadrinhos.



7 - O Sexto Sentido

"Eu vejo gente morta" é com certeza uma das frase mais conhecidas e lembradas da história do cinema, e vem de um filme igualmente memorável. Um dos suspenses mais bem bolados e envolventes da história do cinema. A história do garotinho que vê gente morta é tão envolvente que não há como não ficar tenso nos momentos que precedem o surgimento das aparições e com as próprias aparições. O final também é surpreendente, daqueles que deixam o espectador boquiaberto quando o vê pela primeira vez.



6 - Frankenstein de Mary Shelley

A trágica história de Victor Frankenstein, o "Prometeu moderno" que tentou recriar a vida mas conseguiu apenas criar um monstro tem aqui uma das adaptações mais fieis do romance, assim como o foi o Drácula de Bram Stoker,  e com o monstruoso Robert DeNiro (sinto muito pelo trocadilho infame) no papel do monstro, dando a este uma sensibilidade incrível, ao contrário de suas outras versões cinematográficas.


5 - Alien - O Oitavo Passageiro

 Sete tripulantes de uma nave terminam fazendo um pouso para verificar a recepção de um sinal em um planeta aparentemente desabitado. Lá chegando um dos tripulantes é atacado por uma forma de vida estranha e é levado em um estado "comatoso" para a nave, sem saber que está para dar "à luz" um monstro terrível. Primeiro filme da franquia - e o melhor deles -  que trouxe um dos monstros mais incríveis do cinema, O Oitavo Passageiro explora bem duas ideias terríveis:a de se ver preso com um horror indescritível, sem ter para onde fugir, além do horror da possibilidade de ter o seu corpo violado por um ser que vai usá-lo e depois descartá-lo quando não mais precisar dele.

4 - Tubarão



O primeiro filme de Steve Spielberg é também um belo filme. O medo provocado por "Bruce", aquele medo que faz as crianças terem medo do escuro, o medo do desconhecido, daquilo que jaz além do que podemos ver, é algo incrível e bem explorado em todo o filme. A inconfundível música ajuda muito, assim como as poucas aparições de Bruce ao longo do filme. Uma curiosidade é que isso aconteceu mais por motivos técnicos do que para criar o clima, uma vez que Bruce - o apelido dado ao tubarão mecâncio - vivi dando defeito durante as filmagens em água salgada.


3 - Janela Secreta

Outro suspense psicológico, e outro filme com o Johnny Depp  e dos bons, Janela Secreta é uma adaptação de uma obra de Stephen King - outro que não poderia ficar longe de uma lista dessas. A história do escritor que se vê acusado de plágio por um caipira estranho vindo de lugar nenhum e que passa a ameaçá-lo de várias maneiras tem um final surpreendente e perturbador é  sem dúvida é um daqueles filmes dignos de serem vistos durante o Halloween.




2 - Poltergeist - O Fenômeno 

Uma família começa a ser assombrada por fantasmas e que tem sua filhinha raptada por eles durante o processo. Um filme que marcou época e que fez muita gente tirar as TVs do quarto, o filme dirigido por Tober Hooper, velho conhecido dos fãs do gênero por ter dirigido também o filme que é o avô do gênero slasher que é O Massacre da Serra Elétrica, muito bom. Efeitos especiais bem feitos,uma boa história interessante mesmo que envolva um pequeno clichê do gênero que é a casa construída por cima de um cemitério, e uma boa condução e desenvolvimento conseguem de longe superar qualquer problema. Além disso, aquele maldito palhaço consegue assustar qualquer um.


1 - A Pequena Loja dos Horrores


Também conhecido como o primeiro filme em que o Jack Nicholson apareceu, o filme é um clássico do horror e do humor negro. A história do jovem flori-culturista Seymour que cria uma planta para poder impressionar sua amada Audrey, só que na verdade, ele acabou por criar um monstro que se alimenta de carne humana e vive gritando um terrível "Alimente-me! Alimente-me!", para poder manter sua criação, Seymour se vê forçado a matar o que acaba atraindo a atenção da polícia o que leva ao clímax do filme. Uma verdadeira pérola do mestre do terror Roger Corman, esse filme merece ser visto por todos aqueles que não só apreciam o terror,mas o cinema de modo geral.



Bem, essa foi a lista de sugestões de filmes do Primeiro Ano do Especial de Halloween, espero que vocês destemidos peregrinos tenham gostado. Qualquer comentário ou sugestão será bem vindo nos comentários do post e, para aqueles que ficaram curiosos para ver o primeiro protótipo dessa lista:

Protótipo do Primeiro Especial de Halloween

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Especial de Halloween:Ano I - Playlist Diabólica

 Saudações à vós, fieis desbravadores do desconhecido, saúdo-os agora com um dos melhores duetos já testemunhados pela humanidade com vocês....

Música do Dia: Ghost Riders In The Sky - Johnny Cash e Willie Nelson


sábado, 13 de outubro de 2012

Especial de Halloween:Ano I - Sessão Nostalgia

Boa noite, fieis seguidores do profano! Hoje, trago-vos a abertura de um belo desenho que marcou a infância e  a memória de muitos que tiveram acesso ao finado canal Fox Kids - que descanse em paz! E como estamos no Halloween, nada melhor do que relembrar de...


Moville e Seus Mistérios:



P.S:Peço vosso perdão pela qualidade do vídeo, mas foi o melhor que pude encontrar

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Especial de Halloween:Ano I - Assassinos famosos do cinema de terror (Parte III)

Voltando com esta infame coluna desse nosso infame blog, depois de falar dos slasher que mais ganharam fama, vamos falar agora sobre os três personagens que acabaram dando origem ao gênero. Primeiro vamos falar daquele que pode ser considerado o "bisavó" do gênero, surgido num clássico filme de 1960 adaptado de um livro ele é...

NORMAN BATES:


Aparecendo pela primeira vez nas telas do cinema no clássico filme Psicose (Psycho 1960) do mestre do suspense Alfred Hitchcock, e inspirado no serial killer americano Ed Gain (que também viria a inspirar o Leatherface do Massacre da Serra Elétrica e o Buffalo Bill do Silêncio dos Inocentes) e mais tarde no remake e nas infames continuações, o dono do motel Bates e autor de uma das cenas de assassinato mais marcantes da história, veio ao mundo no livro de mesmo nome de Robert Bloch. De acordo com o próprio Bloch, as inspirações para o personagem vieram, além do próprio Ed Gein, do editor da revista Castle Of Frankenstein, Calvin Beck. Uma curiosidade sobre o personagem é que apenas o filme do Hitchcock foi baseado no romance de Bloch. Para aqueles que não conhecem o filme, vamos falar rapidamente sobre o Sr. Bates, sim?
Criado por uma mãe obsessivamente dominadora, o jovem Bates cresceu com uma forte ligação - leia-se doentia - com a mãe. Num belo dia, encontrou sua mãe na cama com um amante.Sentindo-se traído, num acesso de ira, o jovem Norman envenenou a mãe e seu amante, apenas para se arrepender pouco tempo depois. Não aceitando a morte da mãe, Norman conserva seu cadáver e termina criando uma outra personalidade para poder corresponder à mãe. Bom, algum tempo se passa e ele termina como o gerente do Motel Batel, e aqui permitam-me um pequeno desvio para esclarecer uma coisa:ao contrário do que ocorre em nosso país, lá fora nos Estates, um motel é um hotelzinho barato que fica nas estradas ou rodovias, não tendo o sentido que tem por aqui. Mas voltando ao ponto, Bates ficou ali, tomando conta do motel e quando, ocasionalmente, alguma bela mulher aparecia por lá para passar a noite, a personalidade de sua mãe assume o controle e para evitar a perda de seu filhinho querido, bem, o resultado todos vocês conhecem....


Um dos grandes debates em torno da figura de Bates (imortalizado pelo ator Anthony Perkins que o interpretou em todos os filmes, com exceção do remake) é se ele pode  ou não ser considerado um slasher, afinal, pelo conceito original do personagem ele seria "apenas" um maníaco homicida, matando mais por uma patologia do que por prazer, diversão ou necessidade, fazendo o que faz por não ter controle sobre sua condição. Mas como poderíamos enquadrar um slasher ? Bom, eles seguem algumas características básicas, como a predileção por armas brancas, problemas mentais, certos traumas de infância - coisas que Norman compartilha com eles, mas também à uma série de outras características como a força e resistência sobre-humana e algumas outras com as quais Norman não se enquadra. Assim, é mais comum enquadrá-lo como um embrião do gênero do que como um slasher propriamente dito - de fato, o primeiro slasher, aquele que via aparecer com todas as características reunidas será o Michael Myers da franquia Halloween.


O filme foi um sucesso de público e crítica, tendo uma das sacadas mais bem boladas de roteiro da história, e nos brindou com uma das cenas mais parodiadas da história do cinema: sim, estou falando do esfaqueamento no banheiro. Para se ter uma ideia, essa cena já foi parodiada por desenhos ,como O Laboratório de Dexter, Coragem - O Cão Covarde, Os Simpsons para citar os mais famosos, e também por filmes, dentre eles o mais bem bolado é o do filme Alta Ansiedade de Mel Brooks que é uma homenagem à todos os filmes do Hitchcock.

Para se situar melhor, aqui vai uma listinha com as aparições do Norman no cinema:

Psicose (Psycho) - 1960
Piscose II (Psycho II) - 1983 - É uma continuação do primeiro filme, mas com outro diretor é claro.
Psicose III (Psycho III) - 1986 - Este chegou a ser dirigido pelo próprio Perkins.
Psicose IV - A Revelação (Psycho IV - The Beginning) - 1990 - Conta-se a infância de Bates
Psicose (Psycho) - 1998 - Um remake do filme original.

Uma série chamada Motel Bates está sendo desenvolvida pelo canal A&E que servirá de prelúdio para o filme, a primeira temporada já está confirmada e terá dez episódios e tem previsão de estreia para 2013. Também sobre o filme, será lançado um filme sobre a produção de Psicose, com Anthony Hopkins atuando como Hitchcock e vai estrear em Novembro deste ano nos EUA.

Bem, essa foi mais uma da coluna Assassinos famosos do cinema do cinema de terror, se você, peregrino, perdeu os dois primeiros, aqui estão eles para seu divertimento:



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Especial de Halloween:Ano I - Playlist Diabólica

Voltando ao especial - e devido à motivos de doença que me impede de fazer uma postagem mais extensa - deixo aqui mais uma das músicas da Playlist Diabólica, desta vez trazendo a presença de um convidado rico e de bom gosto, que está ansioso por se apresentar...

 Música do Dia: Sympathy For The Devil - Rolling Stones





terça-feira, 9 de outubro de 2012

Especial de Hallowen:Ano I - Playlist Diabólica

Dando prosseguimento ao nosso pequeno especial, voltamos agora com mais uma edição da Playlist Diabólica, com vocês, o Lugar Comum orgulhosamente apresenta uma que os fãs de Alan Wake já devem conhecer...


Música do Dia: Up Jumped The Devil - Nick Cave and The Bad Seeds

domingo, 7 de outubro de 2012

Especial de Halloween:Ano I - Sugestão de Leitura (I)

Saudações à vos, fieis desbravadores do oculto! Seguindo com nossa programação especial, vamos agora para as dicas de leitura para o mês.Comecemos com uma das histórias mais marcantes da longa carreira do Cavaleiro das Trevas e que bem provavelmente não vai se limitar à apenas esta aparição por aqui....


     BATMAN: ASILO ARKHAM

Com roteiro de Grant Morrison e arte de Dave McKean está é, sem dúvida uma das histórias mais emblemáticas e perturbadoras  da longa carreira do Cruzado de Capa. A trama gira em torno de uma incursão do Batman dentro do infame manicômio para impedir uma rebelião liderada pelo Coringa, chegando lá ele descobre que tudo não passava de uma armação mas que o Coringa lhe faz uma oferta: ele vai se entregar desde que o morcego consiga sobreviver à uma noite dentro do Asilo. O Batman aceita a oferta, sem saber que junto com sua vida, sua sanidade também vai estar em jogo. Ao mesmo tempo, vamos acompanhando a trágica história de Amadeus Arkham, o fundador do asilo que leva o nome de sua mãe e  mais tarde ele próprio um de seus internos, e de sua família. Não preciso dizer que em dado momento essas histórias, aparentemente paralelas, vão se cruzar de uma maneira fantástica que deixa em aberto a possibilidade de have mais coisas em Gotham do que sonha nossa vã filosofia - e que lembra muito algumas tiradas do Alan Grant quando ele ficou à frente do personagem. 

A história é incrivelmente perturbadora, muito disso se deve à arte de Dave McKean, mas também pelo roteiro bem estruturado que produz um clima de opressão e loucura graças à essa pegada mais "madura" de Morrison, que brinca com uma variedade fascinante de ideias: o fato do Batman ser tão louco quanto aqueles que persegue que vai levar ao jogo entre o que valor teria a sanidade em um mundo por si só insano, ao debate entre o que pode ou não ser considerado são e como essas definições podem variar de acordo com o ponto de vista  a terrível verdade de que ninguém de fato está à salvo dos efeitos da loucura, mesmo aqueles que a combatem - como prova disso temos a história de Amadeus e sua família. Voltando a falar da arte de McKean, ela é incrível.Ela consegue captar e expor o clima tenso e opressivo gerado pela loucura, ajudando o roteiro a prender e a envolver o leitor ao longo da história, assim como a loucura prende os detentos no Asilo, assim como a loucura envolve o Batman e Amadeus. 
Como imagens valem mais do que mil palavras, abaixo segue uma amostra do trabalho de McKean com a graphic novel e uma capa para o encadernado americano:









Bom, creio que, pelo exposto acima está explicado o porquê de começar nossa sugestão de leitura por ela, não acham?

Especial de Halloween:Ano I - Playlist Diabólica

Saudações devotos profanos! Como parte das comemorações de Halloween, vamos começar hoje algo que eu gosto de chamar de Playlist Diabólica (Bwahahahahaha! - insira os trovões sinistros após a risada diabólica). Antes de começar, vamos para uma breve explanação: Como estamos em época de Halloween, apresentaremos aqui músicas relacionadas ao tema de horror e macabro. Uma vez feito isso, comecemos este espetáculo profano, bom proveito!

Música do Dia: Dance Of Death do Iron Maiden

sábado, 6 de outubro de 2012

Especial de Halloween:Ano I - Sugestões Musicais (I)


Saudações à vos, bravos peregrinos que ousam adentrar por estes portais profanos! Dando prosseguimento ao nosso especial de Halloween, vamos falar agora sobre música, desta vez, sobre um álbum de um sujeito chamado Nick Cave. Mas deixemos de enrolação e partamos logo para a postagem, sim?


NICK CAVE AND THE BAD SEEDS - MURDER BALLADS




Para aqueles que não o conhecem, Nick Cave é um músico, compositor e escritor australiano. Nasceu em 22 de Setembro de 1957 e em 1983 montou sua banda mais conhecida, e que atua até hoje, a Nick Cave and The Bad Seeds. Entre suas composições mais conhecidas, podemos citar sem dúvida a  música Red Right Hand  - que já chegou a aparecer em filmes (como Pânico, Hellboy e no seriado Arquivo X) e a Up Jumped The Devil (aqueles que jogaram Alan Wake vão me entender). Uma vez feita essa brevíssima apresentação, passemos para o álbum então.
 Lançado em Fevereiro de 1966 (dia 5 no Reino Unido e dia 20 nos EUA) o álbum, como o próprio título sugere, traz em todas as suas dez faixas histórias de assassinatos (uma trilha sonora perfeita para o Halloween, não acham?) e foi bastante aclamado pela critica e pela MTV - como sinto falta da época em que a MTV prestava... - mas à algo mais interessante sobre este álbum do que ter sido bem recebido pela crítica. Ele é um verdadeiro resgate de um gênero bem popular da Europa e América do século 19, a murder ballad (não creio que exista um termo para isso em português, então vamos usar a tradução livre de balada de assassinato daqui para frente, sim?). Mas o que seriam essas baladas de assassinatos você se perguntam?
 Bem, como descobri recentemente enquanto trabalhava nesta postagem, as baladas de assassinatos são basicamente histórias (bem carregas de misoginia) sobre uma mulher sendo assassinada e com seu algoz pagando por seu crime, seja sendo enforcado - ou com algum outro fim - ou passando o resto da vida sendo perseguido por algum espírito vingativo. Em resumo, algo que nunca poderia ser feito em nossos tempos cheios de politicamente correto. Alguns exemplos bem famosos de músicas desse tipo são: The Lonesome Death Of Heatie Carroll de Bob Dylan, Cocaine Blues de Johnny Cash e, para colocar um brasileiro no meio, À Beira do Pantanal de Raul Seixas (ainda acho que ele fez uma "tradução" da música, mas isso já é outra história...).
 Agora voltando ao álbum: Que belo resgate! A riqueza de arranjos e a grande variedade de estilos, e a maestria com que eles vão se alternando é algo fantástico, enquanto temos uma música tão "pesada" quanto Song Of Joy temos uma balada romântica como Henry Lee e uma música "alegre" como The Curse Of Millhaven e tudo isso de uma maneira incrivelmente orgânica. O trabalho nas letras também é incrível: o jogo elaborado em torno da música Song Of Joy  - que deixa à entender que o próprio narrador seria o assassino, a doçura homicida da pequena Loretta em Curse Of Millhaven,  o amor, mesmo que doentio, que dá a beleza nos versos de Where The Wild Roses Grow, a quantidade absurda de palavrões na música Stagger Lee, entre outros.Todo o trabalho em torno do álbum é incrível, conseguindo transformar algo que para muitos soaria como algo loucura,  mal gosto,  algo pervertido, insira aqui um adjetivo que sirva como insulto, em uma verdadeira obra de arte, e a capa também não faz feio nesse quesito.

 Para os curiosos e muito corajosos, ou insanos, aqui vai a relação das faixas do álbum:

1 - Song Of Joy
 2 - Stagger Lee
 3 - Henry Lee
 4 - Lovely Creature
 5 - Where The Wild Roses Grow
 6 - The Curse Of Millhaven
 7 - The Kidness Of Strangers
 8 - Crow Jane
 9 - O´Malleys Bar
 10 - Death Is Not The End

E como, cortesia do blog, uma música do álbum:


Como estamos em pleno mês de Outubro, é bem provável que algumas delas venham à aparecer por aqui, por isso, fiquem ligados - isso é, se tiverem a coragem necessária.



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Especial de Halloween:Ano I - Slender

  Saudações fieis leitores! Preparem-se para adentrar em um reino de horror e pesadelo (ou assim eu queria...), pois este é o especial de Dia das Bruxas do Lugar Comum! Bwahahahahaha! Na primeira postagem especial do mês de Outubro, falemos sobre um jogo extremamente assustador, capaz de transformar o mais bravo dos homens em uma criancinha assustada. Sem mais delongas, eu vos apresento....



  Creio que alguns de vos, exploradores dos reinos ocultos e medonhos da internet, já devem ter ouvido falar ou visto algum vídeo de algum pobre coitado desavisado jogando este jogo. Mas para aqueles que não o conhecem, vamos fazer uma breve explanação sobre do que se trata o jogo. Bom, basicamente, por algum motivo não revelado mas que se supõem de grande importância, você, um jovem desavisado, resolveu adentrar em uma floresta sinistra no meio da noite para procurar alguns papéis pendurados nas árvores com desenhos infantis (????). O que você não sabia, ou sabia e não queria acreditar, é que a floresta é o lar do Slenderman (Homem Esguio em uma tradução livre). Mas o que é esse tal de Slenderman, você me pergunta? Bem, tentarei sanar vossas dúvidas, adoráveis peregrinos.

  O Slenderman é uma lenda urbana. É descrito como um homem alto e magro vestido um paletó e sem rosto (vide ilustração ao lado) que habita florestas ou lugares com muitas árvores e próximos à rios, pois teria como se camuflar melhor. Ele rapta crianças e, entre suas habilidades, estaria o poder de esticar seus braços, transformar os dedos em tentáculos e aumentar seu tamanho. Uma vez de tamanho aumentado e braços estendidos, ele conseguiria hipnotizar sua vítima. Os rumores dizem que quando ele aparece por perto, seja em alguma foto ou é avistado por alguma criança, alguma criança das redondezas termina desaparecendo. Sinistro, não?
 Então, voltando ao ponto. Seu objetivo é cruzar uma floresta a noite, munido apenas de uma lanterna, e encontrar oito desses papéis sem ser capturado pelo Slenderman. Parece fácil, não é? Bom na realidade não é bem assim.


Você não tem como saber onde ele vai aparecer, sua única dica é a estática que domina a tela a medida em que ele se aproxima de você ou vice-versa. Você não pode olhar para o rosto dele caso contrário é game over. Você está procurando várias coisas em uma maldita floresta enquanto ele só procura você e, aparentemente tem poderes de teleporte. Pois é,  a vida não é nada fácil para gente normal...

O jogo é sem dúvida um dos mais bem sacados que eu já vi. Tudo trabalha de uma maneira magistral para criar o clima de horror. O cenário fantasmagórico ( uma floresta à noite e com névoa), a música é fantástica para criar o clima, lembrando até mesmo o clássico Tubarão, e a cereja do bolo é a própria incerteza sobre onde o Slenderman vai fazer sua aparição. É o grande barato do jogo pois é isso (junto com a música) que cria aquele clima de verdadeiro horror, aquele clima de suspense e medo que deixa o jogador suando frio e com o coração pela boca, mesmo porque a aparência do Slenderman não é tão assustadora assim.

Para aqueles corajosos o bastante, o jogo pode ser baixado no site Slender Game, e é bem pequeninho. Para os que não são tão corajosos, aqui vai um vídeo do jogo, cortesia do blog Lugar Comum:


domingo, 30 de setembro de 2012

Lá vem Outubro!

Saudações fieis leitores! Bem, ainda não é Outubro (falta um dia) mas venho através dessa postagem anunciar que durante todo o mês este humilde blog vai se esforçar para trazer o melhor do terror/horror em comemoração ao Dia das Bruxas (ou Halloween para quem preferir).
  Então, não saiam daí, pois postagens assombrosas estão por vir, e vocês não vão querer perder, vão?


domingo, 16 de setembro de 2012

Semelhanças Quadrinhística I

Saudações, leitores! Creio que todo leitor de HQs já teve ter chegado à um momento em que viu como algumas semelhanças entre personagens, sejam no visual, na história, ou mesmo no nome. No tocante à Marvel e DC aí é que isso acontece mesmo. No post de hoje vou apontar alguns casos e falar um pouco à respeito de cada personagem.Boa Leitura!


Medo e Loucura feitos de Palha:

Creio que serão poucos os leitores, principalmente os mais novos e menos nerds, que conhecerão esse segundo Espantalho. Bom, seu nome é Ebenezer Laughton, sua primeira aparição foi em Tales of Suspense #51 de 1964 como um contorcionista de circo que decide virar criminoso e enfrenta o Homem de Ferro. Mais tarde, após confrontos com o Latinha, o Aranha, os X-Men e o Capitão América, por quem ele nutre uma obsessão por ver nele uma representação de seu pai, em quem ele coloca toda a culpa por sua infância sofrida nas mãos de uma mãe abusiva, ele se tornou um inimigo mais frequente do segundo Motoqueiro Fantasma, o Danny Ketch.Chegando inclusive à se aliar à Coração Negro em um grupo destinado à destruir o Motoqueiro. Seus poderes são: produzir um feromônio capaz de induzir o medo em suas vítimas, esse mesmo hormônio faz com que sua força e agilidade sejam aumentadas à níveis super-humanos. Fora isso ele usa um forcado, tem uma flexibilidade fora do comum devido aos seus tempos no circo, um bando de corvos treinados para obedecerem seus comandos e um forcado.


Mais conhecido do que  seu homônimo da outra editora, Jonathan Crane é o Espantalho que todos nós conhecemos e tememos. Sua primeira aparição é em World´s Finest Comics #3 de 1941, já como adversário do Cavaleiro das Trevas. Iniciou sua carreira criminoso após ser expulso da universidade - lugar onde era gozado por seus colegas professores por não se vestir bem e gastar todo seu dinheiro em livros - onde lecionava por disparar uma arma em sala de aula enquanto falava sobre os mecanismos do medo. A demissão levou Crane à assumir a alcunha de Espantalho, se tornando uma mistura de medo e pobreza. Um dos personagens mais fascinantes e curiosos do universo do Batman, o Espantalho é por vezes representado como alguém seriamente perturbado que fala através de rimas infantis - visão essa que eu, particularmente, não concordo ou aprecio. Também ao contrário de seu ilustre homônimo menos conhecido, o bom professor Crane não tem nenhum poder, suas únicas armas são o seu poderoso gás do medo capaz de transformar um homem destemido em um bebezinho assustado, uma técnica de luta desenvolvida por ele mesmo e seus conhecimentos como doutor em psicologia.


Monstros no Pântano:

Olha só quem está de volta nas postagens do Lugar Comum! Sim, é ele o Monstro do Pântano! Criado originalmente como um personagem para uma história fechada da revista House of Secrets #92 de Julho de 1971, o personagem fez tanto sucesso que ganhou título próprio no ano seguinte. Em Novembro de 1972 saía a Swamp Thing #01, onde o cientista Alex Olsen se tornava Alec Holland, mas a história continuava basicamente à mesma. Trabalhando em uma formula bio-restauradora secreta, o cientista Alec Holand recebe à oferta de um misterioso grupo para vender a formula. Negando-se à fazer tal coisa, Alec tem seu laboratório sabotado por uma bomba e, encharcado por sua formula e em chamas, se atira nas águas do pântano. Dado como morto, em pouco tempo ergue-se como o Monstro do Pântano á tempo de ver sua esposa ser assassinada e vingar sua morte. Durante o primeiro volume da série vemos o Monstro em uma jornada para recuperar sua humanidade algo que ele de fato consegue. Mas, devido ao relativo sucesso da série e do filme do personagem, surge o volume dois, agora chamado The Saga of The Swamp Thing Alec Holland volta à sua condição de Monstro e à sua jornada por uma cura, algo que é definitivamente descartado quando o mago inglês Alan Moore assume o título iniciando o arco Lição de Anatomia. É na fase de Moore fica-se estabelecido que o Monstro é na verdade um elemental da terra uma criatura absurdamente poderosa capaz de controlar e se comunicar com a natureza. Também é na fase de Moore que se resolve um curioso problema de cronologia envolvendo o pobre Alex Olsen que ficou sendo o Monstro que precedeu à versão de Holland. Entre os poderes do Monstro, além já citado controle sobre a natureza, temos força sobre humana, capacidade de regeneração e a capacidade de surgir em qualquer lugar do mundo construindo um novo corpo à partir de qualquer planta por perto (um dia descubro um nome mais simplificado para isso).

Muito menos conhecido que seu parente verde, o Homem-Coisa é mais velho do que ele por uma simples questão de meses. Enquanto seu "primo" aparece em Julho de 1971, o Homem-Coisa faz sua primeira aparição em Maio de 1971 na Savage Tales #1. O Homem-Coisa na verdade é Theodore "Ted" Sallis, um bioquímico contratado pelo governo dos EUA para desenvolver um tipo de soro que tornasse os soldados americanos imunes à doenças no caso de uma guerra biológica. Ted conseguiu, mas como efeito colateral as cobaias se transformavam em monstros. Por conta disso, Ted é enviado para uma base secreta nos Everglades parar aperfeiçoar sua formula e é lá que ele é atacado por um grupo terrorista que visa roubar a formula. Para impedir que ela caia em mãos erradas, Ted injeta a formula em si mesmo e se atira  no pântano. Passado algum tempo, no lugar onde Ted Sallis caiu, ergue-se o Homem-Coisa, uma criatura composta por vegetação e lodo, com olhos vermelhos e a capacidade de tocar fogo naqueles que o temem. Uma das grandes diferenças entre o Homem-Coisa e o Monstro do Pântano é, além de poder provocar combustão espontânea, o fato de o Homem-Coisa não pensar e ser um empata. Sua consciência é algo mais próxima da de um animal do que de um ser humano e ele age de acordo com o clima, ou seja, ele "absorve' a emoção presente no momento - se for raiva, ódio ou outra emoção muito forte ele pode se tornar extremamente agressivo e por aí vai. É também uma grande diferença o fato do Homem-Coisa ter um "bordão" próprio, aqueles mais nerds e mais velhos com certeza devem se lembrar, mas como todos não são assim aqui vai:
"E aquele que conhece o medo queima ao toque do Homem-Coisa"

 

Cavaleiros Urbanos:

Esse vai ser legal. Para aqueles que não conhecem nosso ilustre representante da esquerda, ele é o Cavaleiro da Lua. Sua primeira aparição data de Agosto de 1975 em Werewolf By Night #32 quando o mercenário Marc Spector é contratado pelo sinistro Comitê para capturar o Lobisomem.
Mais tarde, já em seu próprio título- em Novembro de 1980 - descobrimos a verdadeira história do personagem (e algum tempo depois a verdade sobre sua atuação no caso do Lobisomem). Trabalhando para um grupo de mercenários no Egito, Marc Spector resolver se opor à seu líder , Bushman, por este estar chacinando os inocentes habitantes de uma cidadezinha. Como consequência, Spector é largado para morrer no deserto, mas antes de morrer é encontrado por um grupo de arqueólogos, dentre eles a filha de um dos mortos da vila, e é levado para dentro de um antigo templo, praticamente morto. Lá dentro, é deixado defronte à uma estátua do deus Konshu e milagrosamente é revivido e ganha uma nova missão: atuar como o punho de Konshu, combatendo o crime e todos aqueles que vivendo do sofrimento alheio. Para tanto, ele conta com a ajuda de Marlene, sua namora, do Francês antigo companheiro dos tempos de mercenário e piloto do sue Luacoptero (sim, é infame e lembra muito um certo alguém...), Crowley um sem-teto que atua como informante de Spector pelas detestáveis rotas do submundo e Gina, dona de um restaurante point entre os taxistas, e seus filhos que atuam recolhendo informações nas ruas e no estabelecimento da mãe. Além desse pequeno exército de ajudantes, Spector conta também com três identidade distintas. Steve Grant playboy milionário (acho que já vi algo parecido em algum lugar...), Jake Lockley taxista e Marc Spector na qual é o Cavaleiro da Lua. Além de suas identidades e exército de ajudantes, o Cavaleiro conta com seus equipamentos, como o Dardo Lunar,  suas habilidades no combate corpo à corpo conquistadas ao longo de seus anos como mercenário e também com uma considerável fortuna. Também possuía uma força vinculada aos estágios da Lua, mas aparentemente isso foi descartado.


Bom, esse aqui dispensa apresentações mas ainda assim vamos fazer uma bem rapidinha. Quando tinha oito anos de idade, o jovem Bruce Wayne testemunho o brutal assassinato de seus pais. Desde então, dedicou sua vida à combater o crime que ceifou a vida de seus pais, se tornando para isso o Batman. Sua primeira aparição data de Maio de 1939 na Detective Comics #27. Nessa primeira edição e nas muitas que se seguiram tínhamos um herói bem diferente desse que conhecemos. Um heróis que não hesitava em matar ou deixar morrer aqueles que combatia. Mais tarde, com a introdução do Robin, o personagem é suavizado e começa a entrar nos moldes em que o conhecemos hoje. Desde então, passarem-se roteiristas, artista, fases memoráveis e detestáveis, mas uma coisa sempre continuou: a determinação desse implacável justiceiro.
Como já é do conhecimento de todos, o Batman não possui poderes, suas únicas armas são sua inteligência, astúcia, preparo físico excelente, conhecimento e domínio de incontáveis técnicas de combate, uma gama de habilidades e conhecimentos, dinheiro para seus equipamentos, uma base muito bem equipada e um mini exército de ajudantes e amigos para apoiá-lo em sua longa e eterna jornada. Qualquer semelhança de um personagem acima com  Batman, bem, talvez não seja uma mera coincidência.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Para Não Dizer que não Falei de Música...

Saudações leitores! Creio que ao ver esta postagem alguma dúvida deve estar recaindo sobre vocês: Duas postagens seguidas em uma mesma semana? Ele deixou de ser preguiçoso? A profecia maia de 2012 é verdadeira? A resposta para essas perguntas são sim, não e não. O motivo para evento tão especial é que amanhã se completarão 37 anos do lançamento de um dos melhores álbuns da história da música (isso levando em conta o mercado americano, pois pelo britânico teríamos que esperar mais 3 dias) o Wish You Were Here o nono álbum da banda Pink Floyd.



Como muitos álbuns da banda, o Wish You Were Here é um álbum conceitual, para aqueles que não sabem o que droga é um álbum conceitual aqui vai uma breve explicação:álbum conceitual é, de maneira geral, todo aquele álbum em que suas músicas trabalham um mesmo tema, podendo até contar uma história. Como exemplos disso temos o Welcome To My Nightmare do Alice Cooper, o Dark Side Of The Moon também do Pink Floyd e Tommy do The Who.
 No caso de WYWH, o tema central é a ausência, mas mesmo assim o álbum é uma crítica à industria da música, para tanto, eles usam a história de Syd Barret, um dos membros fundadores da banda, e também não deixa de ser uma homenagem para o mesmo. Para aqueles que não conhecem a história, Syd Barret era o guitarrista  original da banda, mas devido ao excesso do consumo de LSD acabou sendo "expulso" da banda e substituído por David Gilmour. A saída da banda não foi o único problema causado pelo LSD, um dos eventos mais marcantes na gravação do disco foi à visão do estado em que o antigo companheiro de banda estava. As homenagens à Syd estão presentes na faixa de abertura e encerramento, Shine On You Crazy Diamond, já a Welcome To Machine e Have a Cigar são críticas brutais contra o "sistema". Por sua vez, Wish You Were Here pode ser vista como uma canção de saudade pelo amigo que se foi, apesar de que essa é apenas uma das interpretações possíveis, tendo-se em vista que o próprio Roger Waters disse que a interpretação da música é livre para cada um. Bom, como ficar só falando pode terminar se tornando algo extremamente chato, partamos para as músicas do álbum e depois façamos alguns comentários finais sobre ele:

1.Shine On You Crazy Diamon (Parts I - V)


2. Welcome To Machine

3.Have a Cigar

4.Wish You Were Here

5-Shine On You Crazy Diamond (VI-IX)

Notas:

- Apesar de muita gente ainda pensar que quem canta  Have a Cigar é o Roger Waters  na verdade é o Roy Harper.

-O LP vinha originalmente em uma embalagem preta com apenas um logotipo da banda, para reforçar a ideia de ausência

-O homem pegando fogo é realmente um homem. O dublê que interpretou o homem em chamas se chama Ronnie Rondell.

- A foto da capa foi tirada nos estúdios da Warner Brothers em Los Angeles.

- Gerald Scarfe foi o responsável pela animação da música Welcome To Machine

- A ideia do homem em chamas é uma referência à uma expressão da indústria musical da época, quando era comum dizer que alguém estava "queimado" pelas gravadoras. Pensando bem, ainda se usa essa expressão....

- A ideia do homem em chamas não foi a primeira ideia para a capa. Na verdade, foi a de um homem em uma pose de ioga - só as pernas dele podiam ser vistas - dentro de um lago.



Pois é pessoal, essa foi a minha singela homenagem à esse excelente álbum, espero que tenham gostado e lembrem-se: Não usem drogas, ouçam Pink Floyd!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Melhores Jogos Baseados em Super-Heróis

Saudações, seletos membros da seita dos nerds! Como prometido há algum tempo, trago até vocês à outra metade da laranja, a tão almejada caminhada pelos campos do Paraíso depois da agonizante estadia no Inferno. Sim, vamos falar sobre os cinco melhores jogos já feitos levando o nome de heróis.


5 - Justice League Heroes (2006) para PS2, PSP, X-Box, GameBoy Advance e Nintendo DS



Os maiores heróis da DC unidos em um jogo. Bons gráficos (apesar de eu não ter curtido muito aquele Batman), uma história razoável, a oportunidade de usar os maiores heróis da DC em um único jogo e um bruta combate final contra Darkseid, como não gostar disso? Admito que o jogo não é nenhum MUA e que é um pouco chato ficar limitado à apenas dois personagens por fase, mas quem nunca quis jogar um jogo que permitisse sair no braço contra Darkseid com os melhores do mundo?


4 - The Incredible Hulk:Ultimate Destruction (2005) para PS2, X-Box e Gamecube:


Bem, os gráficos podem não ser os melhores, mas uma ótima jogabilidade recheada de combos incríveis, uma história bem contada, a grande sacada de deixar o Golias Esmeralda livre pelas ruas de uma cidade movimentada e com licença para destruir, além de batalhas épicas contra chefes que realmente "pensam"e que podem te arremessar contra um prédio sem pensar duas vezes, tornam este um dos mais divertidos e mais bem feitos jogos a carregar o nome de um herói.


3 - X-Men Legends (2004) para PS2, GameCube e X-Box


Um memorável RPG que lhe permite controlar até 4 personagens da equipe mutante de uma vez. Uma história fantástica, belos gráficos, combates e cut scenes épicas, um sistema de personalização para os personages...Cara, esse foi um excelente jogo e rendeu uma continuação no ano seguinte chamada Rise Of Apocalypse, sem falar que foi a base para o Marvel Ultimate Alliance.



2 - Spider-Man (2000) para PS1 e Nintendo 64

Ah, clássico dos clássicos. Esse foi um dos melhores jogos do Aranha. Admito que é crueldade ter que escolher um em detrimento de tantos outros, mas sem dúvidas esse aqui merece seu lugar neste Top Five. Uma história marcante que reúne grandes personagens, sejam eles aliados ou vilões e aquela maravilhosa ideia de deixar as capas de HQs espalhadas pela fase...Esse jogo marcou a infância de muita gente...


1 - Batman: Arkham City (2011) para PS3, X-Box 360 e PC


Sim, o melhor jogo já feito sobre o Cavaleiro das Trevas é o escolhido para figurar no primeiro lugar deste Top Five! Uma história envolvente e bem bolada (pelo menos até a metade do jogo na minha modesta e chata opinião), uma jogabilidade de outro mundo, um mundo aberto na pior área que Gotham pode oferecer e vilões e mais vilões (incluindo uma bela luta contra o Sr. Frio) tornam este jogo merecedor de seu nome e uma continuação digna do Arkham Asylum.


Bem, senhoras e senhores, este foi o meu Top Five. Concordam? Discordam? Acham que a Marvel foi favorecida demais? Deixem sua opinião nos comentários abaixo!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Sessão Nostalgia ou A Volta dos que Não Foram

Saudações fieis leitores! Hoje, orgulhosamente começaremos uma nova coluna aqui, algo que pretendo chamar de Sessão Nostalgia. Como o nome já deve deixar bem claro, o objetivo dessa coluna será trazer aberturas, encerramentos ou outros momentos que marcaram - e ainda marcam - a infância de várias gerações de adultos e adolescentes. Portanto, não vejo forma melhor de começar essa coluna do que com um dos maiores desenhos já produzidos pela humanidade, então, sem mais delongas eu vos apresento à abertura e o encerramento de...

                                                      DRAGON BALL Z









E assim o Lugar Comum orgulhosamente apresenta o seu novo quadro, sinceramente este ancião que vos fala espera que tenham gostado, e até a próxima!

domingo, 2 de setembro de 2012

Cenas Marcantes dos Quadrinhos V

Saudações à vós, fieis leitores!Venho aqui para desejar-lhes um bom  Setembro ( o belo mês que antecede Outubro) e também para trazer até vocês mais um Cenas Marcantes dos Quadrinhos, voltando dessa vez com mais uma cena da Casa das Ideias.

A cena em questão se passa na The Invincible Iron Man v1.#132 escrita pelo genial David Micheline e com arte de outro grande gênio, Bob Layton. A edição em questão marca o fim de um arco em duas partes onde o Bruce Banner vem até Tony Stark para pedir que ele o ajude a se livrar do Hulk. Juntos os dois bolam um tipo de marcapasso que impediria a transformação do franzino doutor no golias esmeralda. Mas, como toda a cura que aparece na vida do bom doutor, a cura não funciona e, para piorar a situação ele perde o controle de sua transformação - a mente do Hulk no corpo do Banner é o primeiro sintoma que é seguido pela incapacidade de reverter à forma do Banner quando transformado no Hulk. - o que leva os dois à um confronto épico na Stark Internacional. Para derrubar o Gigante Verde o Latinha se vê forçado à transferir toda a carga de sua armadura para o braço para um único e poderoso golpe que termina derrubando o Hulk e fritando os sistemas de sua armadura, deixando-o preso lá dentro.


P.S:A cena em questão foi relembrada à pouco tempo na primeira edição que saiu aqui da Hulk Contra o Mundo.