Doce, mas ao mesmo tempo ácido, Carol entra para o leque de produções do
diretor americano Todd Haynes, responsável por Velvet Goldmine, Mildred
Pierce e Longe do Paraiso. O
longa, que foi destaque no Festival de Cannes em 2015, recebeu várias
indicações ao Globo de Ouro, Bafta e Oscar – incluindo Melhor Atriz, Melhor
Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Fotografia.
(Imagem: Divulgação) |
A
trama se passa na Nova York dos anos 1950, rodeada pelo estilo característico
da época inspirado pelo estilista Christian Dior. É impossível deixar de
perceber o cuidado em cada detalhe do figurino da película, seja dos
figurantes, personagens secundários ou das protagonistas. A indicação de Melhor
Figurino no Oscar foi muitíssimo bem merecida.
(Imagem: Divulgação) |
Ainda
pensando nas indicações ao Oscar, as atrizes Rooney Mara (Melhor Atriz
Coadjuvante) e Cate Blanchett (Melhor Atriz) dão um show de profissionalismo,
tanto nas cenas mais cotidianas, quanto nos momentos de drama e paixão de suas personagens.
As atuações hipnotizam, dando aquela sensação que possibilita o espectador
esquecer a poltrona e mergulhar de corpo e alma na trama.
Carol vê seu destino
longe do casamento com Harge Aird (Kyle Chandler), o pai de sua filha, que
rejeita e discrimina as inclinações homoafetivas da esposa. No processo de
divórcio do casal, Aird impede a filha de que passe o Natal com a mãe, que
decide fazer uma viagem de carro pelos Estados Unidos e convida Therese para se
juntar a ela. Em meio a um período complicado no processo de divórcio, o
carinho e atenção de Therese são indispensáveis para Carol.
O
filme também recebeu indicação na categoria de Melhor Trilha Sonora, que se
mostra de grande importância para a composição das cenas. No toca discos, no
som ambiente dos restaurantes ou no piano da casa dos Aird, os sons
inconfundíveis da década são escolhidos pelo compositor americano Carter
Burwell – que assina composições de Velvet
Goldmine, Onde os Fracos Não Têm Vez
e a saga Twilight.
Quem
se pergunta como eram as relações do mesmo sexo numa década tão machista, irá
se surpreender com a abordagem delicada do longa-metragem. Há preconceito, rejeição
e muito machismo, contudo há também o amor entre duas mulheres que não querem
se anular para serem encaixadas na sociedade.
(Imagem: Tumblr) |
“É uma obra repleta de sensualidade, ricamente construída e delicadamente detalhada e fabricada: as roupas, os cabelos, os automóveis, os vagões dos trens, os toca-discos, o batom e os cigarros são todos apresentados de forma sublime. A combinação de todos esses elementos é inebriante em si própria.”
Escreve Peter Bradshaw na sua crítica para o The Guardian.Assista ao trailer: