Vocês
vão assistir ao primeiro filme nacional falado em “cearensês”, por isso, as
legendas.
Recorde de bilheteria, Cine Holliúdy realmente é muito bom. (Divulgação) |
Salve, salve amigos da
Sala Reclusa! Hoje é um dia especial para nós do blog, falarei sobre um filme
nacional pela primeira vez após a reformulação geral na Sala, Cine Holliúdy
entrou em cartaz em agosto do ano passado e atraiu um bom público para os
cinemas de todo o Brasil. Antes de tudo, quero deixar claro que o foco do filme
é mais uma homenagem ao povo do Ceará e Nordeste em geral, e a crise do cinema
pelos interiores do nosso país, a televisão tomou conta e agravou o problema,
infelizmente, é claro!
Levando para a história do
filme, primeiro, vemos uma família que leva o cinema para os interiores do
Ceará, o problema é que todo lugar que chega, a televisão vem e leva o sonho de
Francisglaydisson (Edmilson Filho), Maria das Graças (Miriam Freeland) e o
garoto Francisglaydisson Filho (Joel Gomes) para o lixo. Em meio a certas
dificuldades, uma cidadezinha chamada Pacatuba, Ceará, muito carente por contra
da promessa do prefeito Olegário Elpídio (Roberto Bomtempo), que sempre
prometeu trazer o cinema para a cidade.
Família que encanta quem assiste. (Divulgação) |
Cenas para lá de
engraçadas, a festa do humor nordestino e várias críticas mostram que o filme
de bobo não tem nada, quem não riu com Ciço e seu jeito irritante, ou com o
cego Isaías (Falcão) e a sua ignorância, com o padre Mesquista (Jorge Ritchie) e
o pastor que buscam se dar bem, muito semelhante ao padre e o bispo de o Auto
da Compadecida, é certeza de muitas risadas. Francisglaydisson, sua esposa e
seu filho ralam bastante, mas conseguem chegar em Pacatuba, lá, ele enfrenta a
pressão do prefeito e faz um acordo, o prefeito ganharia os créditos do cinema
e ele poderia apresentar os filmes.
Mais uma vez, alguns filmes
nacionais mostram que apelar para a pornografia pode muito interferir na
qualidade do filme, volto a afirmar que O Auto da Compadecida, Lisbela e o
Prisioneiro, O Palhaço e o Cine Holliúdy são a prova de que o ainda podemos ter
um cinema de qualidade sem precisar colocar grandes estrelas em um roteiro
deplorável. Cine Holliúdy é uma bela e simples obra-prima, um filme difícil de
se achar aqui no Brasil, vale destacar que foi lançado com um elenco mais
modesto e sem grandes investimentos para o estado do Ceará, a repercussão foi
tão grande que o governo do Rio bancou e incrementou o elenco para o longe do
ano passado, uma boa aposta.
No fim do filme, que por
sinal é muito pequeno, uma hora e meia apenas, Francisglaydisson se torna um
grande diretor de cinema, um mestre do kung fu, colocando seu filho e o amigo Waltdisney (Valdisney),
menino que também tem uma história bem interessante, se tornam grandes atores
da companhia. Apesar da falta de estudo, é fato que Francisglaydisson é um
artista, sabendo improvisar até mesmo quando o equipamento quebra, o jeitinho
nordestino de que as coisas podem se resolver de maneira muito mais tranquila.
Francisglaydisson, um artista tipicamente nordestino. (Divulgação) |
O filme, contado em cearenses,
me deixou muito emocionado e bastante feliz, sem falar que me diverti bastante,
dou nota 8,0 e indico a todos que curtem um bom filme nacional, um filme!
Nota:
8,0.
PS: Aqui está alguns falas
do cearenses e a tradução para o português, vale a pena conferir.
Do Cearensês:
CIÇO
O cabra abestato, mané.
FRACO
A pior coisa do mundo.
AI DENTRO
Resposta a qualquer
provocação, antibullying.
ISPILICUTE
Do inglês ‘she is pretty cute’. Significa
mulher faceira.
MACHORRÉI
O mesmo que ‘cara’ para os
cariocas.
INDARRAI?
Palavra indiana, ainda
inédita na Índia, que pergunta sobre quem acabou de se estrepar.