Saudações, fieis leitores! Retornando com a coluna, hoje vamos falar sobre a primeira história envolvendo o Batman. Para aqueles que não viram a primeira parte aqui vai um breve resumo:
Anteriormente, na última postagem, narramos o processo de criação envolvido na criação do personagem, que culminou com a primeira aparição do personagem em Detective Comcis v1.#27 (em maio de 1939). Agora, vamos falar sobre a primeira história do personagem e comentar um pouco sobre esse primeiro momento. Então, sem mais delongas vamos começar logo;
A Longa História do Batman - Parte II - Primeira História e Aparições posteriores
A primeira história a apresentar o Batman se chama "O Caso da Sociedade Química". Basicamente, é a típica história de um sócio que ficou ganancioso demais e que, para ganhar ainda mais, resolve matar seus sócios. Os pontos mais interessantes da história são: a base de operações dele é a cidade de Nova York - como veríamos em edições futuras - a aparição de Bruce Wayne (que só no fim da história é revelado ser o misterioso vigilante conhecido como Batman) e do Comissário Gordon e, talvez o mais interessante, a personalidade do Cruzado de Capa. Aqui, vemos um personagem mais violento e brutal do que o que estamos acostumados, tanto que, no próprio decorrer da história, vemos o sócio inescrupuloso cair em um tonel de ácido e não só o Batman não faz nada, como ainda diz algo como "bem-feito".
Esse temperamento mais violento, de certa forma uma das marcas dos protagonistas das revistas pulps e de alguns hérois da Era de Ouro (talvez, de certa forma, reflexo dos difíceis tempos do pós guerra) , seria uma marca do personagem. Em edições posteriores, por exemplo, vemos o Batman não só quebrar o pescoço de um oponente, como lançar outro de vários andares de altura e, na edição 32 de mesma série onde, para derrotar o vampiro-lobisomen (anos 30, meus jovens) Monge - ou Monge Louco como mais tarde ficou conhecido - vemos o Cavaleiro das Trevas empunhando uma arma e disparando a sangue frio contra os caixão onde o Monge dormia.
Essa violência desmedida só seria um pouco mais "atenuada" com a aparição de Robin, O Menino Prodígio nas páginas da edição 38 da série. Portanto, se algum dia você já se perguntou o porquê da existência do Robin, digamos que ele não só foi o meio encontrado para suavizar a violência do Batman, como também foi uma tentativa de criar uma ligação com leitores mais jovens - que não funcionou muito como o esperado.
Voltando a comentar sobre os vilões, como um padrão da época, a grande maioria dos vilões do personagem, quando não mafiosos, eram cientistas loucos com pretensões que variavam desde dominação mundial à simples "extorsão". Nomes como Dr. Morte não eram raros nessa época e, de todos esses personagens, apenas um conseguiu "sobreviver" até os dias de hoje. Seu nome? Dr. Hugo Strange que fez sua primeira aparição nas páginas da edição 36.
De qualquer forma, o personagem acabou fazendo um sucesso enorme com os leitores, tanto que, em pouco tempo, ele não só monopolizou as capas da Detective Comics como, em em 1940 - quase um ano depois de sua estreia - o personagem ganhou seu próprio título e, junto com ele, seu arqui-inimigo, o Palhaço do Crime.
Mas essa já é uma história para uma próxima postagem...
