Olá amigos! O fim da
temporada da Fórmula 1 me motivou a vir aqui escrever sobre o filme de esporte
do ano, Rush: No Limite da Emoção conta a história da rivalidade entre Niki
Lauda e James Hunt numa das temporadas mais emocionantes da história do
automobilismo. O livro Corrida Para Glória explica melhor o que foi a
rivalidade de Lauda e Hunt, mas o diretor Ron Howard foi o escolhido para levar
essa história às telonas.
Cartaz Oficial. (Califórnia Filmes) |
O filme começa mostrando
uma corrida válida pela GP2 (uma espécie de segunda divisão da F1) em que Lauda
liderava a prova, mas se chocou com o carro de Hunt e acabou sendo derrotado
pelo rival, iniciando assim, uma disputa para ver quem era o melhor. Niki Lauda,
austríaco, sempre foi apaixonado por automobilismo, um intelectual do assunto,
chegou a Fórmula 1 em 1971. Muito talento o levou para a Ferrari, pela
escuderia italiana, Lauda ficou famoso por praticamente montar o carro e ser
cérebro e motor de arranque na temporada de 1975, ficando extremamente famoso.
James Hunt, britânico,
chegou a Fórmula 1 em 1973, passando perrengues no início, mas sua raça o levou
para a McLaren, onde ele protagonizaria a temporada de 1976. Seguindo com o
filme, a rivalidade fica bem nítida, o papel de Niki Lauda ficou com o Daniel
Brühl, espanhol que participou de Bastardos Inglórios, quem interpretou Hunt
foi nada mais nada menos que o Thor da geração atual, Chris Hemsworth.
Cenas muito bem feitas que no levam para 1976. (Califórnia Filmes) |
Com a temporada de 1976 a
todo vapor, vemos várias discussões sobre quem era o melhor, Lauda levava uma
pequena vantagem, até que veio o Grande Prêmio da Alemanha, o ápice daquela
temporada, o momento crucial do filme. Lauda convocou uma reunião momentos
antes da corrida, pois chovia bastante e o risco de acidente era grande, muitos
pilotos foram a óbito naquela época. A rivalidade fez a corrida acontecer,
Lauda acabou sofrendo um dos maiores acidentes da história da Fórmula 1,
sofrendo graves queimaduras, cenas chocantes que foram transmitidas para o
cinema de maneira muito bem feita.
Por fim, Hunt levou
vantagem graças ao tempo que Lauda ficou no hospital, entre a vida e a morte,
só voltou no último GP, em que Hunt necessitava ficar na quarta colocação, caso
Lauda não pontuasse. É aí que vemos uma mistura de emoções, Lauda percebe que a
pista no Japão também está encharcada e lembra dos terrores que viveu por conta
da F1, ele lembra da sua fiel esposa e vê que a vida valia mais que uma
temporada. Hunt foi o campeão, a temporada de 1976 foi uma das maiores de todos
os tempos.
Fora a atmosfera de
corrida, cenas que são muito bem passadas no longa, o filme retrata a vida
pessoal dos pilotos, de um lado, Niki Lauda e seu jeito certinho e arrogante
que deixa qualquer telespectador enjoado do austríaco. Por outro lado, o estilo
playboy de James Hunt o faz ganhar o carinho do público, no fim desta
temporada, o triunfo do britânico foi muito festejado. No fim do filme, uma
conversa dos dois pilotos me chamou muita atenção, isso porque é visível que
Lauda não tinha uma grande rivalidade com Hunt, pelo contrário, ele mesmo
afirma que o piloto era um dos únicos que ele admirava e deixa uma frase no ar,
aquela que leva qualquer fã de cinema e de automobilismo a se emocionar: “Um homem sábio aprende muito mais com seus
inimigos do que um tolo com seus amigos.” Sem palavras para descrever a
minha emoção.
Confira a semelhança dos atores com os pilotos e veja como ficou Lauda após o acidente. (Sala Reclusa) |
Por fim, após me emocionar
com mais uma obra-prima do cinema mundial, fui rever um pouco da história dos
dois pilotos e vi que na verdade, eles realmente não eram rivais, contrapondo a
ideia do filme, os dois chegaram a morar juntos no início da carreira, a cena
do choque entre os carros no começo do filme também não existiu, como também a
briga entre Hunt e um repórter, após o mesmo encher o saco de Lauda na
coletiva. Contudo, o filme foi muito bem passado para o cinema, cenas bem
feitas que levam qualquer fã de Fórmula 1 se sentir em 1976, rever a disputa
entre Lauda e Hunt, um filme espetacular, o melhor do gênero no ano de 2013.
Nota:
8,0.
PS: Essa crítica é em
homenagem a James Simon Wallis Hunt, o grande campeão da temporada 1976 da
Fórmula 1, que veio a falecer em 15 de junho de 1993, vítima de um ataque
cardíaco.